Tenho visto um monte de gente declarando a morte do Linq to SQL (L2S), especificamente: Oren Eini (a.k.a. Ayende Rahien), David Hayden (MVP), discussões no Stack Overflow, entre outros, tudo por causa de um post do time de ADO.Net onde fala-se sobre o roadmap do LINQ to Entities e LINQ to SQL. Segundo esse pessoal todo, você deve ler nas entrelinhas que o LINQ to SQL vai morrer, porque agora a Microsoft supostamente só quer saber do Entity Framework, ainda que o próprio time de ADO não tenha dito isso.
O negócio gerou tanta confusão, até porque o time de ADO não respondeu apropriadamente com um belo "Não morreu" em um post no fórum do MSDN, que um dos seus membros, o Damien Guard, respondeu em seu próprio blog que que o L2S não morreu. E também deixou claro que agora o L2S é de responsabilidade do time de Data Programmability (dono do Entity Framework) e não mais do time de C#, e que os dois frameworks vão continuar evoluindo. Mas realmente ficou claro que o EF receberá mais foco daqui para diante. Ele diz que o L2S vai continuar funcionando e ser suportado no .Net 4.0, e que o L2S vai continuar recebendo correções e evoluções para projetos mais complexos, e continuar sendo uma boa opção para projetos mais simples. O Scott Guthrie também respondeu ao Joe Rattz que o L2S vai continuar sendo suportado no futuro.
Minha visão sobre tudo isso? Não há porque a Microsoft manter dois mapeadores O/R, e o L2S é o mais fraco dos dois. Não vai morrer porque a Microsoft simplesmente não faz isso, porque reconhece o legado que existe, e não só neste caso, mas em praticamente todos (aliás, um dos grandes motivos do sucesso dela deriva disto). Mas o L2S também não é mais a menina dos olhos como era quando foi lançado. Foi uma tecnologia "ponte", se vocês me permitem a liberdade, entre datasets e um mapeador O/R mais robusto (que ainda não é a v1 do EF, mas deve vir a ser a v2 – mais sobre isso aqui no blog em breve). Diante disso, eu não sugiro grandes investimentos em L2S neste momento, pelo menos até a Microsoft colocar o dinheiro onde estão suas declarações e continuar investindo pesado no L2S. Quanto à minha opinião, eu acho que dois mapeadores, duas opções muito parecidas, oferecidas pelo mesmo fornecedor, que no caso é O fornecedor, traz mais complexidade e confusão do que benefícios.
Agora… o mais estranho é esse monte de criticos ao L2S e ao EF lamentarem sua (alegada) morte, sendo justamente eles os que mais reclamavam da tecnologia. Soa cínico até. Se não gostava, não vem falar agora que está triste porque teria morrido.
Giovanni Bassi
Arquiteto e desenvolvedor, agilista, escalador, provocador. É fundador e CSA da Lambda3. Programa porque gosta. Acredita que pessoas autogerenciadas funcionam melhor e por acreditar que heterarquia é mais eficiente que hierarquia. Foi reconhecido Microsoft MVP há mais de dez anos, dos mais de vinte que atua no mercado. Já palestrou sobre .NET, Rust, microsserviços, JavaScript, TypeScript, Ruby, Node.js, Frontend e Backend, Agile, etc, no Brasil, e no exterior. Liderou grupos de usuários em assuntos como arquitetura de software, Docker, e .NET.