No último sábado hove o lançamento do portal InfoQ Brasil, e, como avisei aqui, estive lá participando de uma excelente discussão sobre sistemas distribuídos. O painel contou Fábio Akita, especialista em Ruby e Rails, Alexandre Gomes, especialista em SOA, Java e outros assuntos, Henry Conceição, especialista em .Net e participante do projeto Castle, e Vinícius Senger, sócio da Globalcode e especialista Java, além deste que vos fala.
O painel foi muito interessante. Antes fizemos uma rápida conversa sobre como cada um via o assunto (veja imagem ao lado), e posso contar pra vocês que foi muito legal estar diante de experts de diferentes áreas. Entrei em contato com conhecimento bem balizado sobre Java, Ruby on Rails, entre outros assuntos, e também compartilhei a visão .Net sobre o assunto. No fim, cada um via o assunto de maneira um pouco diferente (às vezes muito), mas conseguimos falar por uma hora sobre o assunto, e, sinceramente, falaríamos mais se tivessemos mais tempo. Houve uma sessão de perguntas e respostas, onde o microfone era avidamente disputado, mas sempre um respeitando a hora do outro falar. No final, cada um teve a oportunidade de apresentar os motivos de uso da sua plataforma (.Net, Java, Rails, etc). Aproveitei para falar nas excelentes features do Windows Communication Foundation e como ele habilita uma aplicação distribuida de forma extremamente profissional, desacoplando host, cliente, protocolo, etc, e permitindo ainda extensibilidade. Eu adoro WCF, acho uma tecnologia excepcional, e que, de forma impressionante, já nasceu madura. E poder falar sobre isso é sempre uma oportunidade, mesmo.
Alias, falando sobre respeito, o evento estava lotado principalmente da comunidade Java, e fiquei muito feliz por ter sido muito bem recebido, não só pelo Felipe Rodrigues, da Fratech, que está trazendo o InfoQ para o Brasil, mas por toda a comunidade Java. Me deu a clara impressão de que aquela antiga richa entre Java e .Net que chegava ao nível pessoal terminou, e ficou só o respeito. Obviamente as tecnologias são concorrentes, e os profissionais também são (mesmo que trabalhem todos com Java, ou todos com .Net). Isso não deve impedir o bom convívio, e muito menos o respeito, e neste sábado percebi que estas duas comunidades atingiram este momento. Eu, por minha vez, faço questão de ouvir e aprender com as pessoas de Java, que sempre têm algo à acrescentar. Recebi em retorno exatamente a mesma coisa: atenção e respeito. Muito bom!
Houve também um painel de Agile, que foi muito legal, com a presença de agilistas de verdade, e a discussão manteve um nível altíssimo. O Victor Hugo Germano, um dos participantes do painel de Agile, e eu já havíamos conversado bastante antes de eles realizarem o painel, e, como chegamos a conclusão que uma "quebra" na conversa faz sempre bem, fiz questão de fazer questões um pouco mais polêmicas ao grupo, que respondeu de maneiras variadas, mas sempre muito bem.
O evento todo foi filmado, e logo logo estará disponível no portal InfoQ. Então, se você não foi, está aí uma oportunidade de assistir. O evento contou, entre outras, com palestras sobre .Net, dada pelo Rafael Steil, Java, dada pela Yara Senger, e uma sobre o JCP, que é o órgão responsável por definir o futuro do Java, dada pelo Max Lanfranconi, funcionário do próprio JCP, que apesar de trabalhar diretamente com o Java, e saber do meu foco em .Net, foi o tempo todo uma pessoa divertidíssima e de ótimo convívio.
É um tipo de evento que não estava acostumado a frequentar, e foi muito bom, principalmente por encontrar e discutir abertamente sobre tecnologia, arquitetura e diferenças, com pessoas que amam tecnologia tanto quanto eu, mas a utilizam com instrumentos diferentes. Achei esse tipo de evento mais à vontade dos que eu constumo frequentar, e toda a comunidade que estava presente também muito na paz. Valeu a pena estar lá.
(As fotos vieram do Picasa do Manuel Pimentel, que também participou do painel de Agile.)
(Mais informações no próprio InfoQ.)
Giovanni Bassi
Arquiteto e desenvolvedor, agilista, escalador, provocador. É fundador e CSA da Lambda3. Programa porque gosta. Acredita que pessoas autogerenciadas funcionam melhor e por acreditar que heterarquia é mais eficiente que hierarquia. Foi reconhecido Microsoft MVP há mais de dez anos, dos mais de vinte que atua no mercado. Já palestrou sobre .NET, Rust, microsserviços, JavaScript, TypeScript, Ruby, Node.js, Frontend e Backend, Agile, etc, no Brasil, e no exterior. Liderou grupos de usuários em assuntos como arquitetura de software, Docker, e .NET.