Não, não é spam. É um post que surgiu de uma discussão no .NET Architects, que eu gostei de escrever, e adaptei para cá.
Gostaria de introduzir uma ideia que você talvez nunca tenha parado para pensar:
1) Você não recebe de acordo com seu conhecimento.
2) Você não é valorizado por quanto você sabe.
Esse é um conceito que vem da economia. Você recebe de acordo com a sua raridade. Quanto mais raro você for mais você vai ganhar.
Isso fica evidente com os consultores de SAP. SAP é chato pra caramba, mas não é nenhuma ciência nuclear. Só que os caras ganham muito bem para trabalhar com ele. E a cada ano ganham menos. Por quê? Porque há poucos consultores de SAP no mercado, mas a cada ano mais gente entra no mercado para pegar uma fatia desse bolo, o que faz com que o salário de todos diminua.
Certificação te ajuda a ser mais raro. Se há 5% de profissionais certificados, então ele já é 1 em 20. Em uma seleção, seria o mais raro sob esse aspecto. Às vezes compensaria outra falta, como não conhecer NH, por exemplo.
Mas o contrário também é verdade, o cara pode conhecer NH, mas não ser certificado.
Nos dois casos, a raridade é quem manda. Só uma observação: tem menos gente que conhece NH do que gente certificada, ao menos no Brasil.
Meu conselho? Especialize-se. Se você quer um diferencial com a certificação, não pare por aí. Conheça mais que os outros, estude, mas encontre maneiras de deixar isso visível para o mercado. Torne-se raro.
Quantas pessoas escrevem em revistas? Quantas pessoas participam de grupos de usuários? Quantas pessoas conhecem IoC? Quantas pessoas são certificadas? Quantas pessoas são formadas? Quantas conseguem demonstrar o quanto conhecem, e que não fazem parte da média?
Não precisa ir muito longe, há uma pergunta que já elimina muita gente, e mal demanda esforço: quantas pessoas vão a uma conferência que seja por ano? Um evento presencial? Há dois eventos grandes (grandes mesmo) no país que falam sobre .NET (que eu conheço): o TechEd – 2000 pessoas, e o da Devmedia (que um ano é um WebDays e no outro um Webmobile TechWeek) – 500 pessoas. Quantas pessoas foram neles? 2500. Some aos da comunidade, onde poucos são como será o .NET Architects Day, de dia inteiro, multidisciplinares, e vocês verão que o universo de diferenciação é muito pequeno. Não deve dar 5000 pessoas. A maioria faz parte do médio, do comum. Depois perguntam como ganhar mais. Sabe como? Diferencie-se. Torne-se raro.
É engraçado porque não parece óbvio. A maioria acha que esforço paga bem. Não paga. Nem conhecimento. Conhecimento muito especializado, muito amplo, ou ambos, paga bem, porque poucos o tem. Desde que seja visível.
Em vez de ficar virando hora na empresa para ganhar 10% a mais no fim do mês, façamos um curso e vamos ganhar 30% a mais fazendo algo mais legal, e que paga melhor, sem precisar virar hora!
Estou colocando uma visão de carreira, que nada tem a ver com conhecimento. É bom entender que são coisas diferentes, e as duas devem ser valorizadas, pois as duas trazem coisas boas.
Giovanni Bassi
Arquiteto e desenvolvedor, agilista, escalador, provocador. É fundador e CSA da Lambda3. Programa porque gosta. Acredita que pessoas autogerenciadas funcionam melhor e por acreditar que heterarquia é mais eficiente que hierarquia. Foi reconhecido Microsoft MVP há mais de dez anos, dos mais de vinte que atua no mercado. Já palestrou sobre .NET, Rust, microsserviços, JavaScript, TypeScript, Ruby, Node.js, Frontend e Backend, Agile, etc, no Brasil, e no exterior. Liderou grupos de usuários em assuntos como arquitetura de software, Docker, e .NET.