Agora é manhã do dia 18, quarta-feira. O dia 1 foi ontem, e foi exaustivo. Por isso estou escrevendo agora. Estou na sala de imprensa, e daqui a pouquinho começa o keynote do Scott Gu, vamos ver se consigo publicar este post a tempo.
Ontem o dia começou com o Keynote do Ray Ozzie, que vocês puderam acompanhar ao vivo, e já deve estar disponível online para assistir a essa altura. Os keynote teve muito mais novidades do que eu esperava, e você pode ver minhas impressões no meu twitter (@giovannibassi). Eu acho que nunca twittei tanto de uma vez. Mas foi difícil segurar. Se você está acompanhando os twitters dos brasileiros que estão por aqui, vão perceber que ninguém esperava alguns lançamentos, até mesmo o pessoal da Microsoft Brasil. Parece que a idéia de confidencialidade é real.
O Luciano Condé já deu uma introduzida nas novidades, então não vou repetir. Vão lá ler sobre os lançamentos. Eu espero vocês lerem.
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Além destas novidades colocadas pelo Luciano, houveram outras. O ASP.Net MVC 2 entrou em Beta, e o Geneva, agora conhecido como Windows Identity Foundation (WIF) ficou pronto (RTW).
Algumas coisas interessantes que aconteceram durante o keynote:
Eles anunciaram que a Nasa está usando Azure. E passaram um filme 3D no telão, resultado de um processo computacional rodado no Azure. No começo da sessão haviam óculos 3D nos assentos, e todo mundo colocou. Resultado? Pagação geral de mico:
Depois desse anúncio fica até chato defender outra empresa de cloud computing. Se a Nasa roda Azure, o que você vai rodar?
Lembram que eu havia falado anteontem pra vocês que ia se falar muito de “3 screens and a cloud”. Pois é, o conceito está em todo lugar. As 3 telas, como vocês podem ver, são o seu dispositivo móvel (celular, Zune, etc), o PC, e a televisão:
Em absolutamente todas as palestras de Azure esse conceito foi mencionado.
Eles apresentaram algumas aplicações rodando no Azure, e mostraram uma aplicação da Seesmic, que é um cliente de Twitter. Como eu estava twitando a cada 3 minutos (no máximo), acabei aparecendo no telão. O Brasil inteiro viu, e se correspondeu na hora comigo. O feedback foi fantástico, deu pra perceber que, mesmo com a diferença de horário, todo mundo parou para assistir a abertura do PDC ontem.
No meio do PDC eu baixei o Seesmic, e pra minha surpresa, ele era feito em Air. Não entendi nada, mas ontem à noite eles liberaram uma versão WPF (com clickonce). Esse atraso foi lamentável.
E o Twitter não parou um segundo. Milhares de twitts sobre o evento inundaram a rede. A tag do evento, #PDC09, foi rapidinho parar no trending topics. Tenho certeza que daqui a pouco vai acontecer o mesmo de novo. Se você quer saber o que as pessoas que estão aqui estão achando do evento, fique ligado no Twitter.
Um dos anúncios da Microsoft ontem foi o AppFabric, que vai permitir rodar “nuvens privadas”. É como se sua empresa licenciasse a tecnologia do Azure, para facilitar o trabalho de manutenção das aplicações, ganhando elasticidade, escalabilidade, facilidade de deploy, etc, tudo com servidores da própria empresa. Vi uma demo de um protótipo ontem, em uma das sessões. Estava meio desconfiado da idéia, mas acho que a idéia vai ser boa sim. Só não vai ser fácil de implementar. Convesei ontem com o Prashant Ketkar, um dos executivos do Azure, e ele me adiantou alguns dos cenários que ele espera ver para esse tipo de aplicação. Vou colocar tudo isso no artigo da .Net Magazine que estou preparando sobre o PDC, que deve publicar semana que vem ou na outra.
O Don Box assumiu o palco em certo momento. Já sabia que ele era um cara importante, mas não imaginava essa palestra empolgadíssima que ele fez ontem. Só faltou sair correndo no meio do público. Ele fez uma corrida com o Azure, apresentou todo o Azure em 10 minutos. Ufa. No final, mostrou o comprometimento da Microsoft com o mercado, deixou claro que fomos nós que pedimos pelo SQL relacional na nuvem, e que a MS entregou, que pedimos máquinas virtuais sob nosso controle na nuvem, e que entregaram, e por aí vai. Legal essa visão clara de que a Microsoft está ligada nos clientes.
Aliás, essa história de que a Microsoft passará agora a oferecer máquinas virtuais dedicadas colocam ela em posição de contato direto com empresas de hosting com as quais ela não competia. Agora, qualquer empresa que ofereça hosting dedicado concorrerá com a Microsoft. Vai ser uma briga boa. Quem ganha somos nós, consumidores. Esperem ver nos próximos meses grandes vendors se mechendo por preço e qualidade.
O repositório do OSLO agora se chama SQL Server Modeling Services. Que nome feio (pra variar)! O OSLO está se tornando parte do SQL. Não sei se gosto da idéia. Todas essas mudanças deixam claro que investir conhecimento no OSLO nesse momento é muito prematuro. Nem a MS parece saber exatamente o que ele será daqui um ano. O padrão ágil, de aprender conforme evoluimos está claramente sendo aplicado, o que vai garantir um produto melhor e mais maduro. Vamos acompanhando.
Bom, esse foi o keynote. Saímos todos sobrecarregados de informação.
Ontem também assisti outra palestra do Don Box, onde ele apresentou um negócio OData que parece ser muito legal. Mais novidade nas estratégias de acesso a dados chegando. E ontem ele disse que o ADO.Net Data Services não teria mais demos, e que o nome seria mudado. Meu chuto? Vai fazer parte do WCF. Vamos ver, vão anunciar hoje.
Vou parar por aqui, vai começar o keynote. Depois posto mais.
Giovanni Bassi
Arquiteto e desenvolvedor, agilista, escalador, provocador. É fundador e CSA da Lambda3. Programa porque gosta. Acredita que pessoas autogerenciadas funcionam melhor e por acreditar que heterarquia é mais eficiente que hierarquia. Foi reconhecido Microsoft MVP há mais de dez anos, dos mais de vinte que atua no mercado. Já palestrou sobre .NET, Rust, microsserviços, JavaScript, TypeScript, Ruby, Node.js, Frontend e Backend, Agile, etc, no Brasil, e no exterior. Liderou grupos de usuários em assuntos como arquitetura de software, Docker, e .NET.