Aloha!
Quero começar esse texto explicando que escolhi a denominação Agile Coach para denominar todas as pessoas que atuam em times nesses papéis e outros similares, como Scrum Master, Coach de Kanban, Agile Ninja, Gerente de Projetos, entre outros, pelo simples fato de facilitar minha vida a leitura 🙂
Em todos os times que trabalhei quem era responsável por planejar, executar e facilitar as retrospectivas era a pessoa no papel de Agile Coach.
Nesse texto trago uma experiência que apliquei em um dos time que atuei como Agile Coach: propus ao time que as pessoas se organizassem para que cada uma pudesse facilitar uma retrospectiva, ao invés de ficar sob a minha responsabilidade. Como todo bom experimento, precisava ter pelo menos um objetivo, e neste caso eram os seguintes:
Objetivos:
- Estimular o desenvolvimento de SoftSkills (comunicação, facilitação, resolução de conflitos, etc..) das pessoas do time;
- Tirar a pessoa da zona de conforto (Desenvolvimento, Testes, Análise de Negócio, etc…);
- Fazer com que a pessoa tenha uma perspectiva mais abrangente do projeto e do time.
Com esses objetivos em mente, combinamos que a pessoa responsável pela retrospectiva teria total autonomia sobre a cerimônia, ou seja, ela seria responsável por:
- Fazer um ice-breaker (atividade utilizada para descontrair e criar um clima mais amigável antes da atividade principal)?
- Qual atividade fazer? O foco será uma atividade para construção de times (Team building), uma retrospectiva mesmo ou uma futurospectiva?
- Eu, como Agile Coach, participaria ou ficaria somente com ouvinte? Poderia participar pareando com a pessoa ou colocando meu ponto de vista dentro da atividade, como membro do time mesmo.
Durante esse processo, meu papel na preparação da retrospectiva poderia tomar diversas formas, como apoio na construção do material e sendo o par dessa pessoa para discutir e validar ideias. Como material base indiquei o texto do Paulo Caroli e da Taina Caetano sobre os 7 passos para uma retrospectiva eficaz, que considero um excelente guia para iniciar essa discussão.
No final de cada retrospectiva, eu solicitava que as outras pessoas dessem feedback sobre a atuação em relação a retrospectiva, com o intuito da pessoa que facilitou conseguir sair com insumos para melhorar a sua atuação, e até mesmo saber como se saiu na primeira facilitação de uma retrospectiva!
O projeto em si já chegou ao fim, mas, antes de acabar, conseguimos realizar 3 retrospectivas com 3 pessoas distintas de um mesmo time! Para mostrar como foi o experimento para vocês, entrevistei duas das pessoas que participaram: Roberto Rodrigues e William Porto, ambos atuavam no papel de desenvolvimento dentro do time.
Abaixo seguem as perguntas feitas, e os principais tópicos que apareceram nas respostas:
1) Como foi planejar/facilitar a retrospectiva?
Um ponto que foi comum entre as respostas, foi a necessidade de mudança de pensamento para facilitar a retrospectiva: “estou acostumado à reagir, não à extrair reações” (William).
2) O que achou de outra pessoa facilitar?
Todos consideraram bem interessante ver outra pessoa facilitar, de acordo com William “concedeu um ponto de vista distinto”, além de ser “revelador ver o desempenho das pessoas facilitando” (Roberto).
3) Você considera que o experimento deu certo? Porque?
Além de considerarem que o experimento deu certo, de acordo com o Roberto a facilitação ajuda na “melhora de performance do time, pois permite que cada uma das pessoas tenha uma experiência de olhar do time de outra perspectiva e também fortalece o autogerenciamento.” O William pontua que “Eu não só aprendi, como (…) adoraria fazê-lo novamente, para aprender (…) e continuar a evoluir essas habilidades”
Lendo a resposta deles fiquei muito feliz, pois acredito que consegui tirá-los da zona de conforto e estimular a experimentar coisas!
E você, o que achou?? Já experimentou isso, ou alguma coisa parecida? Compartilhe!! 🙂
Abraços, e até breve 😉
Arthur Fücher
Apaixonado por tecnologia, agilidade e comida (não necessariamente nessa ordem).