Empresas têm sido forçadas a repensarem a forma como encaram as relações com o mercado e os profissionais que formam o ecossistema de tecnologia no Brasil. O momento atual de alta demanda por talentos e a mudança na estratégia das organizações pedem uma evolução em como uma organização busca e retém talentos.
Por ser um participante ativo, vejo a forma equivocada com a qual as empresas lidam com as comunidades de tecnologia que formam todo o ecossistema do mercado. Não como construir uma estratégia de fomento e aquisição de talentos sem levar em consideração a forma como os profissionais atualmente interagem dentro e fora das empresas.
Uma companhia conectada com a realidade atual de colaboração, conteúdo e engajamento, já entendeu que as relações da organização com o corpo de profissionais da área é grande diferencial no momento em que faltam talentos disponíveis. Essa deveria ser uma premissa no que diz respeito às relações entre indivíduos e empresas.
A Lambda3 não existe sem a comunidade de desenvolvimento de software do Brasil e sem o compartilhamento de conhecimento com o mercado. Como alguém que há mais de 15 anos tem organizado eventos e trabalhos de comunidade que ampliam a participação e elevem o conhecimento do nosso mercado, vejo a sinergia que construímos no decorrer de uma década focada em entregar conteúdo de qualidade pelo benefício de todos os profissionais do mercado, que eventualmente acaba ampliando nossa geração de negócios, como uma consequência de um trabalho bem feito de fornecer conhecimento de forma ampla, direta e sem um viés comercial.
E isso só acontece porque acreditamos na importância de devolver à comunidade todo o conhecimento adquirido e absorvido ao longo desses anos de existência como companhia.
É importante entender que as redes informais de profissionais são grandes aliadas, e conseguem identificar as intenções de empresas que apenas buscam consumir conteúdo e não pretendem compartilhar, afetando inclusive a percepção do mercado sobre a marca. Questões importantes como a diversidade, por exemplo, precisam ser debatidas e executadas com autenticidade, atuando além das superficialidades por trás de ações empresariais. Relações verdadeiras são a chave para o mundo diverso. É um trabalho constante e consciente de construir uma nova narrativa para o mercado de tecnologia, que não se lembre que existam questões de representatividade somente em datas comemorativas.
O maior desafio que o nosso mercado vem enfrentando é o acesso e o fomento de novos talentos para atender à crescente demanda por profissionais. Como liderança em uma empresa, entender como as relações da organização com o mercado de profissionais acontece está no cerne de um processo moderno de aquisição dos melhores profissionais. Ao mesmo tempo, é necessário apoiar o desenvolvimento pessoal e de carreira. O segredo está nessa dosagem entre relacionamento profissional e individual. Se antes as relações iniciadas pelas lideranças eram vistas como uma forma de poder, agora elas precisam se transformar em um elo de colaboração.